12.5.09

O espelho me chamou e eu vi que não era eu "o que" ele refletia. Tentei lavar toda aquela sujeira imunda que eu tinha na cabeça. Tentei enxugar as minhas lágrimas, mas elas me banhavam e ao mesmo tempo não deixaram secar meu cabelo. O travesseiro conheceu o tom do meu choro e depois de cansada adormeci. Foi no dia seguinte, com uma frase ouvida que o sol conheceu meu choro. Desta vez o travesseiro o conheceu em tom mais alto. Depois de me confortar no toque do algoodão decidi me deleitar na xícara do café e no desenho que a fumaça do cigarro desenhava. Nada disso parecia sair de mim. Foi como uma manhã em alfa e saí de casa pra tentar me enxergar em outras pessoas. Mas, elas não me diziam nada, era um vazio só, sem alma. Perdi a noção do tempo e me perdi em mim mesma. Desnorteada pela pulsação acelerada e o cérebro maquinado perambulei sabendo onde iria chegar: a lugar nenhum. Viajei no tumulto das minhas idéias e balbuciei um choro. O dia parecia amanhecer ainda ou a noite não chegar. Comecei a me entreter com o mundo e vi que ele me reconhecia. Apelei e soltei minha voz. Apesar do esforço, ele foi mudo. Quis desnudar a minha pele nua. Encontrei meu erro. Esqueci o meu dia passado sem certos passos. Olhei no espelho e gostei do que vi.

Misha

Um comentário:

Anônimo disse...

"o travesseiro conheceu o tom do meu sonho"
"Apesar do esforço,ele foi mudo"

muito bom!