24.12.08

Love will find a way



Antes de ler esse post clique aqui e o amor vai mostrar o caminho



Oi pessoas! :)
Hoje eu fiquei pensando sobre Jesus e sobre esse sentimento grandioso dá sentido à vida que é o amor. Não.. nada de amarguras hoje. São três horas e 16 minutos da matina e eu chorei. Chorei ao pensar no amor que Jesus dizia e no amor que meus quatro besouros de liverpool cantaram nessa linda canção que me lembra dos telhadinhos de londres.Me lembrei de um filme chamado "Uma lição de amor" que pra mim é o maior filme sobre amor já feito. Deviam exibi-lo nesses tempos de natal em vez daquelas coisas chatíssimas tipo "a arca de noé", "abraão e seu cajado" e tal. É que o natal deveria ser a festa de comemorar o amor, apenas isso.Alguém pode me explicar por que é que a gente se esquece da essência do natal?
Ah estou em casa e estou tão sozinha! Chorei diante do espelho ao lembrar que há tempos eu vinha tentando esconder o meu amor de tanta gente, inclusive dos meus pais. E amanhã é véspera de natal e eu não devia estar feliz só pra contrariar as regras. Eu devia estar com a cara fechada na mesa, dizendo profecias ruins a mim mesma e olhando pra rebeca a sorrir na janela, me mostrando que sou grande, maior do que o universo! Mas o amor é bonito porque te faz sentir pequeno e eterno em vez de grande e fugaz. O amor é o tipo de coisa que eterniza a gente e nos lembra que precisamos estar unidos pra respirar, contemplar o céu, aprender sobre a vida e para não enlouquecer de tristeza. Porque a felicidade simplesmente não existe se não puder ser compartilhada. A felicidade não existe sem amor e sem um natal que nos faça pensar na poeira que vai restando de todas as coisas. Sim, essa vida passa rápido como um espetáculo de circo. E eu é que não quero ser o palhaço triste...
Mas amanhã eu não vou mais chorar. Eu quero dar um beijo na minha mãe e dizer que eu a amo! Como eu pude ter me esquecido que essa existência se esvai rápido enquanto a gente fica lutando pra endurecer o coração e sair correndo, pra qualquer lugar com as pernas fortes e a mente cheia de idéias.Como pude ter esquecido que nessa vida todas as coisas vão passar, e eu continuo aqui, deitada, lutando contra meus demônios em vez de mergulhar no azul profundo de um abraço. Hoje eu quis ser grande, singela. uma princesa de alma! Chorei de felicidade de ter dado um tiro em rebeca e ter me permitido a ser sublime, digna de amor. Conclui que amor não é uma coisa da qual a gente deve tentar fugir nem esconder. O amor é um tesouro precioso, um arco-íris que faz a gente ver que a chuva passou. E por mais que isso soe um post de" espírito natalino e auto-ajuda água com açúcar de almanaque" eu estou feliz, lembrando do sorriso dos meus amigos, do olhar do meu pai e do cheiro da minha mãe. Eu poderia sumir, desaparecer e me tornar uma estrela no céu. Mas só amanhã na noite de natal.É que eu quero imaginar que nem que seja por um dia o mundo se encheu de paz e todos, ricos , pobres, negros, brancos, crianças, idosos, mulçumanos, católicos, todos se curvaram diante do amor. É que no presépio há uma luz que intriga as pessoas a mais de 2000 anos... E para mim o natal devia se chamar "amor", simplesmente isso.

Esse post repetiu 17 vezes a palavra "amor"


All we need is love, queridos!

e que todos se rendam aos encantos do natal!

(nika)

20.12.08

" Hoje eu tô sozinha...


... e não aceito conselhos!
Vou pintar minhas unhas e meu cabelo de vermelho! "


Blog = válvula de escape!
Vazio imenso, sentimento nostálgico!
Quero ser criança pra me alegrar ao ver um balão!
Quero pular fases e viver tão intensamente o futuro!
Contraditório, reconheço!


Alguém me ensina como saber viver?


by POPS

17.12.08

Saudades



Buenos meus queridos, não é difícil não notar que essas férias ando mais amarga, calada e todas essas coisas que uma pessoa não deve ser em tempos de natal.
Deve ser saudades do beco e das maravilhosas que me acolheram em belo horizonte ( pedro, beto, lucas e companhia), das pessoas incríveis que conheci no meu primeiro período completado em uma faculdade, depois de tantos iniciados. (ufa!)
Poderia citar tantos nomes de estrelas que permeiam minha noite acinzentada...

Ah e o meu beco! Hoje fiz um copo de vódega com sei lá... kissuco pra mim mesma acendi uma cigarrilha e fiquei pensando que aquele beco é mais do que um beco escuro ofuscado pelas obrigações acadêmicas e dramas da juventude. O beco é um observatório das estrelas, um lugar pra se contemplar o céu e o mundo

ah! eu luto tanto pra diluir no fel da cachaça essa minha alma água com açúcar, mas não há como esconder:

eu amo vocês, porra!

Abraços saudosos de uma puta/idosa/bomba/trava apaixonada

(nika)

Apenas Um Conto de Feliz Natal


O nome dela era Rebeca mas todos a conheciam como baby satanás. Tinha o rostinho redondo e um sorriso infantil que enganava a todos que a questionavam aquelas singularidades rotineiras: como vai a escola, meu bem? Ela ria, como uma bruxa ancestral e parecia entender todos os mistérios ocultos do universo. Vivia sentada nos cantos, debochando internamente de todas as coisas com um olharzinho irrequieto e sarcástico. Parecia uma vilã,sempre na cena final do crime, todo mundo a cercando e a condenando. Apontavam-lhe os dedos e faziam acusações pavorosas, e ela sabia que era só uma tentativa de corromper o quartzo azul escuro do seu espírito, sua liberdade excessiva. Ela entendia que tudo era desejo secreto e desesperado dos outros que não conseguem ser anômalos. Ela não! Tinha decidido por si só a ser uma aberração, a mais insana de todas as garotas.
Boa tarde, Rebeca! Ela parecia ter estudado à fundo em seus devaneios sobre a hipocrisia das pessoas. e ninguém mais sabia se ela era menino ou menina se tinha amigos, namorado, ideais, se mentia ou se dizia a verdade porque pra ela nada disso importava. Quando a penumbra dava o ar da graça, só se ouvia os passos na escada e ela saia noite à fora, desaparecia qual fumaça na escuridão.Todos se punham inertes, pais, tios, conhecidos, profissionais - todos eram impotentes diante do pequeno anjo caído, cravando as unhas negras em cima da sua própria desgraça. Todos discutiam, tentando achar soluções e secretamente, gozavam e a admiravam. Os velhos invejavam a sua juventude e os fracos admiravam a sua coragem, mas andavam por aí metendo os bedelhos com suas línguas ferinas em buracos de cupins. Os castos e beatos proclamavam: essa menina é o demônio! e ela gostava e sorria. Porque na verdade Rebeca sempre tinha achado o mal mais interessante, verdadeiro e muito mais humano poder assumir a sua imundice em vez de viver por aí, pintada com lixo escatológico em forma de anjo de gesso,sorrindo e se quebrando o tempo inteiro. Rebeca entendia sobre a passagem do tempo e o sentia escorrendo, gota a gota, como uma hemorragia inevitável de um corpo abandonado em um canto qualquer. E era assim que ela se sentia, abandonada pelo mundo e por deus em um ano de dois mil e tantos e toda aquela merda de tecnologia, ciência, Vênus, Júpiter, e nada nem ninguém conseguia diminuir um centímetro da profundidade da sua dor. Poucos anos ela tinha e pra ser sincera, ela tinha quase acabado de nascer e estava imunda, triste, e cheia de cicatrizes. Andava pelos becos do mundo com seus sapatos batizados pela lama da estrada, suas moedas de zinco frio, quase cortante, inúteis e mendigados trocados que produziam sinfonias estridentes no abismo do seu espírito sombrio. Não era difícil notar que dentro daquela alma continha o livro de um passado cheio de perguntas e poucas respostas. E o amor, Rebeca? Os espectadores perguntavam amedrontados, e ela respondia: Oh o amor? O amor é uma mentira, como tanta coisa nesse mundo. O destino estava escrito no presépio, a cruz esperava o deus menino antes mesmo que ele nascesse.

Feliz Natal Rebeca ! Natal é o cacete! Invenção da sociedade capitalista e ela sabia. O mundo ia continuar o mesmo, ela ouvia os cortes e os gritos de dor do mundo inteiro. Rebeca tinha o cabelo azul, fumava e nunca conseguia relaxar, parecia uma bruxa antiga, a mestra de todas elas. E foi assim, ela tinha nascido de um delírio e sabia que de um delírio ia sucumbir. Tomou três tiros secretos no jardim : CA-LA-TE , fedia a pólvora, ferrugem e inocência podre aquela hora de sua morte.O cabelo azulado,os olhos fitando o nada, as mãos tentando se apoiar trêmulas a alguma ponta imaculada do passado, da infância que acabava de se perder. Era nova e infeliz aquela sensação de ter se assumido fraca, humana, sem noite de natal que a reificasse. No momento em que rebeca fechava os olhos e a sua existência sumia, ouviam-se os sinos natalícios e o sangue azul denso se esvaia, por todos os lados “Já nasceu o deus menino para o nosso bem” E a heroína, levou sobre si a culpa em vez do castigo, desapareceu, sem deixar rastros.Agora Rebeca é um silêncio que pulsa, sufocado no íntimo, estranho...

Muito bem, meus caros, a rebelde rebeca se foi e agora? O mundo continua se recombinando com as mesmas tralhas de misérias e mistérios. Dizem que no natal se sente com maior intensidade a fragrância do amor apaziguando os corações, o bem vence o mal e o mundo permanece igual. Pobrezinhos de nós que nascemos em belém e continuamos eternamente deitados em nossas manjedouras. E o que Rebeca se perguntava ninguém soube responder e demonstrar na prática vil do cotidiano, que nada tem a ver com as festas e seus mitos. Rebeca só queria entender as coisas que realmente importam:

O que é o bem, o que é o mal?

O amor muda mesmo todas as coisas?

Onde anda Deus?


Ninguém sabe... Feliz natal!


(A todos que ainda procuram respostas em vez de velhos caminhos)



(by nikss)

13.12.08

Sobre masoquismo


Cutucar o passado é inevitável.

by Polly

7.12.08

Pra chegar até aqui...


É hoje...
Um ano de estudos, de dúvidas, dedicação se resumirão numa prova!

Aquela que tanto temi!

O que for pra ser, será!

E a minha felicidade de fazer o que eu mais sinto prazer
depende disso!



E que venha 2009, começando com uma prova de segunda etapa e, um mês depois, um curso fantás
tico com muitas cores, tecidos,roupas, desenhos e satisfação!


by POPS

5.12.08

A estrada não era tão cariada assim...







Finalmente eu posso postar aqui tranquila, sem ter que contar o tempo e sem me preocupar que ainda falta aquele trabalho para fazer ou aquela prova para estudar.Voltando do meu último dia de aula do ano - que foi ontem e eu enrolei pra resolver postar - e olhando pela janela do branquinho amigo que me poupa longas caminhadas, pensei sobre o que escreveria aqui, no meu primeiro dia das minhas merecidíssimas férias (ok, agora já é o segundo dia).

E eis que sentada no banco do ônibus, algumas lágrimas sorridentes começaram a cair. Tomei consciência de que passei quase um ano inteiro aqui. Longe da família, mas criei uma nova família e longe dos amigos, mas construí novas amizades. Encontrei até um amor, que eu não posso chamar de novo, porque eu acho que é o primeiro.

Foram festas, uma mudança de casa no meio do ano, dezenas de caras novas preenchendo meus dias, provas fáceis, provas malvadas, trabalhos que eu fiz e que foram feitos pra mim, frituras todos os dias, várias reclamações sobre dinheiro, momentos-Macabéa e até momentos da chatinha Poliana...

O balanço de tudo isso é bom! Muito bom! O ano de 2008 foi fantástico! Principalmente se for considerado que meu último Revéillon foi passado dentro de um carro, encolhida e deitada no banco de trás e chorando porque a segunda etapa do vestibular estava chegando e eu achei que não ia passar, que eu era uma fracassada e principalmente porque a minha vida naquela época, acreditem, estava muito ruim de verdade. Quando a contagem regressiva mental começou, não pude deixar de pensar: "em que merda de ano eu tô entrando, será que eu não posso ficar aqui não? Será que eu posso ficar em 2007, por favor?"

E nesse ano em que eu entrei com dois pés esquerdos, que foi 2008, o que eu tive foi a oportunidade de viver uma vida diferente, a vida que eu queria e não a que queriam pra mim. Alguns sonhos mirabolantes ainda estão por se realizar, mas quem disse que sonhos não são bons? Eles têm asas, enquanto a realidade só tem pernas. Às vezes, a realidade dificulta e tem uma perna só. E o mais legal é que a gente pode ser sacana e rir dela.

Eu ri! E por isso estou aqui em Belo Horizonte, vivendo um sonho que eu julgava impossível.

by Polly

2.12.08

Como surgiu a paixão




No início, quando a terra ainda era habitada por iaras, curumins, cocos mágicos e feitiços que imploravam para desabrolharem, andava por aí uma indiazinha chamada Taci. Ninguém sabe ao certo como ela aparecera ao mundo, se ela era a filha feia e mais moça do Vento ou se ela simplesmente tinha brotado da lama, gestada dentro de algum lodo purulento e permanecido por aí, a vagar pelos prados escuros contemplando a valsa interminável do Sol pela terra.Os Maués contam que não havia animais nessa época, apenas insetos e grossas baratas que serviam de alimento para os seres. Os seres por sua vez, rastejavam e quando andavam, possuíam os cotovelos invertidos e por isso jamais podiam se abraçar. Apenas os curumins existiam do mesmo modo como são hoje, inocentes e cheios de perguntas, brincando pelos lençóis d’água da mãe terra, fazendo redemoinhos e fecundando tudo com o pólen das flores. O mundo tinha cheiro de fertilidade e no meio deste universo pulcro estava Taci, troncha, curvada, sozinha, acinzentada e pequena.
Tudo que se sabe é que Taci era medíocre e triste. Prosseguia vivendo como uma praga que subsistisse sem razão, sugando seiva de qualquer tronco sonolento, dormindo em qualquer gramínea muda, aguardando que morte saísse escura das profundezas do rio e a abraçasse, porque Taci simplesmente não fazia sentido e nem o queria; era como uma mosquinha pequena, minúscula e ninguém a notava. Jamais um curumim teria pousado os olhos sobre ela ou jamais teria ela recebido em seu olhinhos oblíquos um feixe de luz qualquer.
Diz a lenda que um dia Taci estava vagando, por acaso à beira de um rio quando viu, pela primeira vez o Majestoso sol. Ah aquela luz fumegante explodindo no céu, ardendo vivamente sobre todas as coisas era a tudo de mais lindo que Taci contemplara em toda a sua vida. Naquele dia Taci ficou olhando o sol até que seus raios se enchessem de uma luz vermelha e lilás e as nuvens se desfizessem uma a uma no baile do céu e o mundo, após aquele espetáculo magistral, voltasse a ser uma completa escuridão.
Assim, no outro dia Taci sabendo onde o sol se escondera, voltou à beira do rio para contemplá-lo e dar sentido à sua existência inacabada. De coração ardente e enamorado, começou a subir cada vez mais os picos e morros, com seu corpinho desmazelado e atrofiado ela sentia a única vontade no peito de contemplar mais de perto aquele astro que iluminara a sua vida. O Sol, sozinho que era, passou a notar aquela indiazinha solitária que o observava em todos os espetáculos, desde a hora impetuosa em que nascia até quando ia descansar.
Um dia, a morte saiu tenebrosa do fundo do rio para passear e arrebatar as criaturas desprovidas de sentido que vagavam pela terra. Naquele dia chovia e o sol se escondera. Taci tinha voltado a sua mediocridade e protegia-se numa caverna quando a morte a encontrou e a esmagou para sempre, arrastando a sua existência até um canto desconhecido. No outro dia, quando o sol tornou a aparecer, procurou por Taci e ficou tão triste que chorou uma chuva de raios quentes em cima do corpo imóvel da indiazinha morta. Depois, abraçou-a com seus braços em chamas e amou-a de tal forma que ela cresceu e encheu-se de luz. No entanto, o sol precisou deixar Taci em algum lugar do espaço para continuar a sua dança mestral por entre as nuvens, circulando estatelado e apaixonado ao redor da terra para ver a sua amada e presenteá-la com raios de luz. De tanto amor, o corpo acinzentado de Taci cresceu e tornou-se redondo, como um diamante raro e magnífico preso no céu.
Os seres ao contemplarem tanto amor entre o sol louco e apaixonado e o boião prateado que aparecia iluminando a escuridão, começaram a sentir vontade de experimentar do amor mas não podiam se abraçar, posto que seus cotovelos eram invertidos.
E toda noite quando o sol já tinha terminado a sua dança ele se punha a chorar de saudade de sua amada, fazendo com que pingos luminosos e brilhantes aparecessem no céu e caíssem todos ao redor de Taci, enfeitando-a com estrelas fulgurantes.
Só assim, observando a força da paixão é que as criaturas se esforçaram para ficarem mais próximas uma das outras e tentaram se entender e se abraçar. De toda aquela angústia de não conseguirem é que surgiu a paixão, o desejo forte e incompreendido do abraço que sempre piora à noite, sob a luz da lua.
Desde então enquanto existir no céu uma noite coberta de estrelas e um sol enamorado, cumprindo obstinadamente a sua dança, sempre haverá no mundo, sedento por um abraço, um coração apaixonado a contemplar a lua...


(Conto dedicado ao meu saudoso pai, que me ensinou a crer nas lendas)

By Nika

30.11.08

Vermelho negro


Tem dias que a gente acorda fazendo castelos.
Inunda o quarto de desejos.
Aquela sensação de mudança vem à baila.
E a gente acredita deveras.
Mas, o café esfria junto com a imaginação.
O banho lava aquele ânimo.
As pessoas dizem o que você não quer escutar.
E a sua voz forma palavras ridículas que você só percebe quando se escuta.
Seu castelo se transforma em pó.
Chora.
Discute pelo esbarrão que contorce seus pensamentos, suas dúvidas.
A vida virou um filme em preto e branco.
Você faz um resumo próprio. Se auto define e vê o quão pequena é.
E então, aparece vívido, colocando cor no seu filme. Um vermelho intenso.
Lava seu corpo, seu útero e te entrega à normalidade.

By Misha

Sobre Beleza, Lívia e Literatura


“E repetia Dostoiévski loucamente fora de si: a beleza salvará o mundo.”



Ela chega caminhando leve, feito uma mariposa. Não! Uma borboleta das espécies mais raras, olhando fixamente para tudo que transborda sorte ou que pupula caos. Seus cabelos longos de um dourado viçoso e de uma maciez viva e aveludada, cada fio de cetim brilhante, preso ao couro cabeludo e aquele rosto... Ela tem um rosto desconcertante, que faz bem jus a essa palavra. Possuidora de um queixo largo magno, sorriso e olhar divinos. Às vezes ela se coloca lindamente a olhar para nada, com seu jeito gorgônico, firme, petrificando tudo que a rodeia com olhos de ventania e tempestade. Ah aqueles olhos de marfim, fincados em madrepérola castanha têm todas as cores e ímpetos dos deuses do Olimpo e quando ela fita alguém, há magia e há respeito porque ela é uma santidade, uma entidade nos convidando a contemplá-la e a contemplar a nós mesmos. Ora, a beleza é uma mãe, a mãe de todas as criaturas e seus copos vazios de perfeição, rastejando loucos por algo que lhes redima (por alguns segundos que seja) de toda a angústia de existir humano, órfão de deus e de respostas...

Lembro-me bem da Lívia em seu monólogo na apresentação do trabalho sobre Crime e Castigo. Ela explicava sobre a polifonia, e sobre as maravilhas literárias e proezas de Dostô, mas nem precisava... Ela própria era a musa que atormentou e guiou o coração dos poetas. Ela em si era a donzela de Álvares de Azevedo ou a dona da magia que teria partido o coração de Drummond, ela mesma era a dona dos olhos de ressaca que arrastavam uma sala de babacas pasmos para dentro do gozo descomunal que a beleza propicia. Ali, falando tão perfeitamente à nossa frente, ela era a própria personificação da literatura e sua estética, da polifonia e da poesia em nossas vazias vidas estudantis.

O nome dela é Lívia, lívida pálida e dourada. Lívia de livre e ela era assim, toda um arco-íris, pousando lívida em nossos olhos com seu sorriso largo e sua pele morena-pêssego. É a minha colega de graduação no curso de letras da UFMG e eu não pude deixar de vir aqui hoje escrever sobre essa menina-mulher que além da rara e profunda beleza adimiro-a por seus modos bem talhados e por sua inteligência ilimitada, daqueles seres que são resolultos em si mesmos e permanecem ali, na estrada como um rio azul e límpido para ser contemplado pelos viajantes cansados de toda a loucura e tristeza desse mundo.

Hoje o meu post e meu carinho vai você,Lívia, menina deslumbrante...


By nika

28.11.08

Memórias parte II


O ministério das marias salinas suplica: Por favor, leiam esse post ao som dessa canção de piaf.



Hoje eu sou pura saudade... Pura saudade da mochila verde rasgada que me foi emprestada para que eu fosse feliz por uns dias em Paris. E tudo foi assim, como se tivesse mesmo que acontecer. Num dia em que acordei louca, li um pedaço da bíblia dos vagabundos e senti o coração batendo sôfrego, aos delírios kerouakianos. Foi assim, como uma ferida que implorasse pela cura, Eu decidi que iria pra Paris no outro dia e que se fodessem todos os poréns. Que se fodesse se eu era brasileira, sem grana e falasse pouco francês. Que se fodesse se eu era mulherzinha, meio desloucada, pele morena, morena pele. O que me consternava era a angústia, como essa que sinto hoje, aquela angústia que dá quando a última gota de tudo se esvai e você sente que está morrendo... Essa mesma angústia que sinto nessa tarde escrota em que não me resta nada a não ser lembrar e esquecer a textura lilás e deslumbrante do passado e ter nas mãos uma luz acesa borrifando nuvens brancas para todos os lados. Eu decidi que iria, simples assim, e que iria sozinha e eu já pressentia tudo, todos os tambores do cabaré gritando na minha alma. Perfumes e sorrisos me convidavam de algum cosmo mágico que eu já podia, sentada em cima daquela cama em cricklewood, enxergar. Os mascarados passavam, me chamando pro baile e dessa vez eu queria ter a coroa da rainha, rainha e dona do meu mundo. E naquela madrugada de uma data eterna eu realmente era.
Je ne parle pas Français. Je m’apelle Susana. Nada interessava! Perdi a conta de quantas vezes menti o nome, a idade e os interesses na estação de trem. Perdi a conta de quantos cigarros eu fumei, de vontade de ver o sol, engolir todas as nuvens dentro de uma taça.
Eu caminhava sola, com a mochila verde me amparando e me afagando. dela caíram manuais de sobrevivência, batons e pan cakes, calcinhas. Nela caíram lágrimas, lágrimas de alegria e do puro gozo da sensação de estar andando sola, solita pelas ruas de Paris. Contemplando luzes, bêbados, putas, cemitérios e sentindo o coração quente e molhado com gotas do puro néctar de ser o que é, ser sola e feliz.
Hoje todas essas lembranças me confortam e me doem. Ah agora que sou uma velha, uma tiazona sem tesão, me faltam os sobrinhos para que eu conte as minhas histórias... Me faltam os amores que nunca mais tive, me falta a estrada e os gritos que vêm dela, me chamando pra sumir, pra partir algum coração e beber de algum amor, ou pra brincar de ser feliz... Sola, pero feliz!

(Agradecimentos a minha grande companheira de casa Geraldine, pela mochila verde)


By Nika, a louca.

27.11.08

"Porque é preciso ser assim assado..."



É que muito me apetece postar baseando-me em letras de músicas! Nada como usar um gosto musical peculiar pra falar, opinativamente, das diferenças entre as gentes...
"Nadar contra a maré" não é nada fácil...É difícil revelar nossos ideais alternativos num mundo em que a tradição e o conservadorismo reinam absolutos diante de pequenas demonstrações e tentativas frustradas de mudar pensamentos!
A gente se desdobra, dia após dia, para agradar a uns e outros que, convivem mas nunca viverão a delíciosa sensação de poder ter um desejo diferente daquele "tido" por seus avós...
Mas como é bom poder viver com a consciência leve de saber que o que você pensa não tem uma história, uma vez que, você faz e é a própria história de sua vida!Mesmo que, para isso, despistemos a sociedade sendo assim ou assado ou ainda assim-assado!


Obs.: Desculpem-me, mas tive que interromper o post por causa de uma dessas pessoas que insistem em viver nesse século atual pensando como uma avó dos anos 40! E, podem acreditar, não é minha mãe! rs

By Pops

26.11.08

Mentira e 2 xícaras de açúcar


Não lembro bem quando foi que eu comecei a dominar a arte de forjar histórias, mas sei que só pode ter sido no colégio de freiras em que estudei boa parte da minha infância e aprendi a classificar e colocar em prática alguns primeiros e inocentes pecados capitais. Ora, toda criança que se preza aprende a mentir cedo, uma mentirinha boba aqui, outra falsidadezinha ali, mas forjar perfeitamente uma história é um dom, e uma regalia da qual poucos sabem desfrutar. Mentir é um prazer deleitoso como sentir o doce néctar de um bolo imaginário, imaginar todas as sensações, engolir, salivar. Ah, como é saborosa e doce a mentira! É como viver mentalmente uma realidade inventada, se esconder por alguns instantes no jardim do desejo, e nele chorar, sorrir, se emocionar. Puta merda, por que diabos a mentira tem de ser tão interessante e renovadora?
A minha primeira professora na “escola das inocentes histórias forjadas” foi uma coleguinha da segunda série do Colégio Imaculada Conceição. O nome dela era Otília, eu me lembro bem. Era magra, escorrida e estranhamente extrovertida. Falava, falava e zunia histórias nos meus ouvidos todos os dias. Era quase um ritual, me sentar nas escadas com a minha saia azul marinho grapeada, camiseta branca combinando com a meia soquete três quartos e ouvir a mentirosa mirim desabafar, com toda a angústia de uma criança sem aventuras reais. Era tão maravilhoso e natural que eu, mesmo sabendo que todas aquelas histórias extravagantes pouco nadavam no mar da realidade pálida da vida, continuava ali, a ouvir, sorrir com ela e às vezes até fazer perguntas, imaginando como seria linda a fada com quem ela conversava todas as noites, ou a baleia com quem ela dividiu o mesmo navio numa cruzeiro milhonário pelas ilhas do caribe. E Como era gostoso o pecado inocente de permanecer ali, nos degraus da escada, com minhas meias até o joelho, observando com olhos brilhantes a maneira com que a narradora se movia, levantando-se ávida, dando pequenos saltos, produzindo sons com os lábios e arquitetando finais comoventes numa uma maestria descomunal. Ali, naquela escada da escola, na hora do recreio é que eu experimentava uma das melhores sensações da infância: a liberdade de poder criar. Eu mastigava calmamente meu sanduíche e às vezes fechava os olhos, cúmplice secreta e satisfeita de todo embuste magnífíco clandestino que uma boa mentira possui. Como poderia eu refutar?
E Quando o relógio apontava 5 horas eu descia rapidamente as escadas com uma mochila sambando sob as costas, acompanhando o ritmo dos meus pulos, a vida transcorria-se normalmente, jantar sob a mesa, perguntas e afetos paternos, e a noite chegando deslumbrante, com cheiro de infância colorindo a janela. E num estalo de tempo eu já tinha de ir dormir, na doce obrigação infantil que é o sono. Só então eu me punha a pensar sobre a minha vidinha escolar, cadernos, matérias, recreios, lápis de cor, tabuadas. Mas eram apenas as histórias extraordinárias da Otília é que me faziam sonhar...

E até hoje é assim, embora a criança sonhadora tenha dado lugar à jovem dúbia, estabanada e claro, meio perdida, tenho que confessar que ainda aprecio o sabor de uma boa mentira, seja na ficção literária, me levando por caminhos e me proporcionando gozos os quais a realidade jamais poderia forjar, porque é triste o tédio de todas as coisas e obrigações... É triste a solidão das maçanetas imóveis e da água correndo molhada e incolor pelo meu corpo cansado de um dia cheio de compromissos. Hoje eu me sento nessa cadeira e busco um pouco de ilusões confeitadas na tela brilhante de um computador, e encontro conforto nas lembranças da infância, porque o mais triste de tudo deve ser viver apenas da mobília sem graça da realidade. E na minha receita pra felicidade eu incluiria sem medo nenhum 1 colher de mentira e 2 xícaras de açúcar, porque como Lispector eu ainda preciso uma doce verdade inventada.

By Nika

24.11.08

"O tempo não pára! Só a saudade é que faz as coisas pararem no tempo..."


As férias estão chegando e por isso hoje fiquei o tempo inteiro pensando em como vai ser deixar o Beco. Passei muitos dias chorando de saudade de casa, da minha família. O que se passa agora é que o Beco é minha casa e quem mora aqui é minha família. Acabou-se a distinção.

Vou sentir saudade e vou chorar. Não adianta fugir do fato de que a minha vida é feita de saudades.

"O tempo não pára! Só a saudade é que faz as coisas pararem no tempo...", nas palavras de Mário Quintana.

São muitas coisas que vão ficar paradas no tempo: o churrasco do Beco, a conversa no sofá sobre o tema "assim não tá legal, tá chato" (né, Nika?), as tantas coisas que eu peguei emprestadas com todas vocês, a boate bizarra, uma apagando o fogo da outra (no fogão, hein, gente?), o filme que eu e a Nika assistimos de madrugada e mexendo no computador mais do que vendo o filme, a psicanálise selvagem, o trabalho cheio de tesão sobre Crime e Castigo...

E é isso que eu tenho a dizer pra vocês: adooooro!


by Polly

23.11.08

Clichê: batido, mas útil.


Esse beco definitivamente é diferente. Não é como esses normais que não se enxerga nada além da imaginação, é daqueles que se tem luz de cegar.
Considero todas privilegiadas por termos quem temos, do nosso lado, em cima ou embaixo da onde dormimos. (Ficou meio pornográfico? Tentei lhes dar uma noção de posição aqui do beco. Aff, vou parar, tá ficando cada vez pior).

Mas, depois de ontem, dormi com o coração massageado. Gostoso sentir a amizade pertinho. E que faz sentido. Cada uma de nós, polidas pra sermos expostas na vitrine do beco. Mas, não são as pessoas que nos olham, que nos escolhem. Também não escolhemos ninguém. A aproximação apenas acontece. Às vezes com uma frase: " senta aqui comigo no sofá amarelo?", "não sobe não...", "o que a gente vai comer agora?" ou "nooossa, parece glitter!"
Você não precisa da mínima sutileza pra entender esses momentos.

"Jogo no peito de vocês" (com permissão da frase Nika) que adoooooro cada uma, em particular: Nika, Pops, Polly; e também a nossa zelosa Fran, sem pseudônimo e sem rodeios.

A união faz a força! Das oito da manhã até às 23:00 (Pops), até a 1:00 (Nika) , mais ou menos até às 3:oo (Misha) e 5:00 (Polly) da matina.

Mais de 15 horas de festa no beco, enxergando cada vez melhor o que cada uma tem de melhor.

By Misha

Festa "Idonízica"

O ministério das Marias Salinas adverte: este post está sendo escrito sob os efeitos de uma ressaca vinda das profundezas de hades. (Deus, eu juro que nunca mais vou beber)

Pipou, estou exatamente no nosso glorioso sofá amarelo, com a péssima compahia de, ninguém mais ninguém menos, que Misha, Polly e Pops, entre caras de ressaca e comentários ora trágicos e ora engraçadíssimos sobre a festa de ontem. O beco tremeu de fato!
Eu gostaria de aproveitar e agradecer, a todo o pessoal que pode comparecer, o pessoal mara³ da psicologia, claro, a galera da letras, e tanta gente que se jogou aqui no sofá amarelo, dançou, bebeu e curtiu todas com a genty.
Falando em sofá amarelo, ele agora está cinza pois a mara que vos escreve teve a grande idéia de lavar a capa do sofá hoje e acabou esquecendo de ligar a máquina, depois de uns 30 min o desastre:

Nika: Genty! que mara, a capa do sofá já saiu seca!
Polly: Sério? Que coisa... pensei que demorasse mais pra secar
Nika coloca a capa novamente no sofá sorridente e se sentindo " a lavadeira"
Misha: Ué, essa capa lavou mesmo?
Polly: Parece que não lavou, tá suja aqui ainda

resultado: além de ter que aguentar todos os comentários super agradáveis sobre o estado alcólico da minha pessoa ontem, agora tenho que aguentar mais essa¬¬ rs

Ok Ok, hoje não vou falar muito... Só tenho a agradecer pela nossa festa "idonízica", onde de fato deu para sentir o espírito do deus baco no beco! Baco no beco dá até nome de bar, ou de livro de escritor frustrado.

Então é isso, amados... Espero que tenhamos muito mais festinhas"idonízicas" no beco. Afinal, "idolatrizar" a si mesmo não é uma coisa tão fácil assim... Tem que beber muita vódega e a partir daí só Freud é que explica.
;*

by Nika

21.11.08

Memórias parte I



"Que bonita aquela noite
onde vênus estava inundada de água e sal
e todas as estrelas cantavam trovões baixos
numa aurea acúsitica insana
o céu vermelho-sangue
e o gosto amarelo da tua boca
procurando a minha de madrugada
o teu cabelo cheirava ventania
e teus olhos tinham cores minúsculas
cores de outono e doces faíscas
e eu te amava, meu nêgo
era sua... em cada mágoa
em cada lágrima e em cada célula
em cada sonho de cada peixe
e em cada estrada verde"


Olha eu postando de novo! Esse post é puro desabafo... É uma ferida dessas que acordam sangrando sem explicações numa sexta de manhã...Só quem já amou algum dia sabe como é uma porcaria acordar obsecada com a falta de um amor antigo, ou com a falta de aventuras amorosas na vida, e ir tocando a costura pra frente, remendando retalhos numa colcha que não acaba nunca... memórias, apenas descosturadas e opacas memórias.
E ontem eu descobri que estou virando uma velha, uma tiazona sem um pingo de tesão pra nada que não seja trabalhos da facul e essas obrigações chatísimas.
Eu me lembro e não faz muito tempo... ah como eu me lembro e dou um nó no crochê dos meus sonhos para contar que eu já tive um amor, desses eternos que duram apenas alguns meses... Desses amores de novela que nos deixam feridas com belas cicatrizes das quais não queremos facilmente nos livrar.
Eu, do meu posto de aposentada estudante à espera de um principe encantado que venha de qualquer lugar, poderia até ser num cavalo branco virtual, fico me perguntando onde está esse tal de amor, sentimento grandioso que evita com que você passe incólume pela vida. Onde anda o amor que Drummond me prometeu, que Quintana sentiu e me fez sorrir com a possibilidade de um sentimento que supere todas as incertezas desse universo maluco.Não teria o amor de ser a melhor de todas as mentiras. Onde está a minha mentira? Eu quero acreditar nela novamente, e ter o oceano inteiro dentro dos olhos e até mágoas e saudades dentro do peito... Eu quero um amor, deitado numa rede... Um homem que me tome pelas pernas e seios sem me fazer perguntas. Ah estou tão idosa e assexuada que soa estranho dizer todas essas coisas e elas não deixarem de parecer um pecado de alguma forma. Porque parece que dentre todas as almas simplórias e sofisticadas deste mundo, é só a mim que o amor é proibido.... E o pior de tudo isso é que como uma chuva fina que vai molhando uma fogueira, a cada dia que passa eu estou mais resignada, me apegando trêmula a fragmentos de um passado o qual eu já nem sei o teor de verdade e ilusão contidos nele... É que a memória vai lustrando o meu vazio de alguma forma, confortando meu peito de um presente sem sentido... é que eu sempre tenho a amarga visão de que o tempo anda perdendo a fragância... Alguém disse: hoje em dia é assim e assado, mas nada me tira a idéia de que o amor é algo intocado e sagrado demais, para que eu toque com essas minhas mãos incrédulas e acerbas...
Enquanto isso, eu me deito no sofá amarelo da varanda e fico procurando as estrelas numa noite de chuva, primeiro desapareceram elas, depois quem sumiu foi a lua...
e o amor fica assim proibido e inatingível, num plano astral distante...
É que as estrelas não deixam de ser, de alguma forma, o puro brilho do que já ficou no passado....
Estrelas são memórias, apenas doces e cintilantes memórias afogadas num passado... Porque o passado não conhece o seu lugar: o passado está sempre presente.

by nika


20.11.08

"E toda vez que falta luz: o invisível nos salta aos olhos!"


Brilhantemente disse Humberto Gessinger em sua música, Piano Bar : "E toda vez que falta luz: o invisível nos salta aos olhos!"

Numa conversa a luz de velas, na cozinha do beco, vi como todas revelavam seus medos...E o que me pareceu é que a escuridão tem a intenção de nos mostrar, mais intensamente, como estamos, a todo o tempo, suscetíveis ao "invisível"....
E, foi naquela noite, que entendi perfeitamente o que a música quer dizer...

By Pops

Sobre parceria, blackout e sacanagem


















O ministério das Maria Salinas adverte: esse post vai ser grande, meio emo e cheio de palavrões.


Buenos, hoje eu queria falar de 3 coisas que marcaram essas ultimas 24 horas. Parceria, blackout e sacanagem.

A tal da parceria pra mim tem um nome: Marias Salinas. Quero aproveitar essa palavra "parceria" e agradecer à todos que estão visitando o nosso blog, comentando, postando, a todas as Marias Salinas ou não. Ju, , Tê o pessoal mara da psicologia. Obrigada mesmo! Vocês já fazem parte da alma desse beco e nesse sábado farão mais ainda. O beco vai tremer com a festinha que já se aproxima, é o babado da semana, of course my horse que vc vai vir!

E ainda falando sobre parceria, queria agradecer e desejar trilhões de jujubas à Misha e a Polly, que me deram a maior força no trabalho de Literatura. Que gracinha da Misha me ajudando a cortar cartolina , colar. E que linda a Polly indo assistir a minha apresentação. Nem fiquei nervosa, e todo mundo sabe o quanto eu estava com tesão nesse trabalho. Que mara que deu tudo certo, acho que me baixou um espírito da Clarice Lispector e eu consegui expor para a turma com clareza todas as minhas ideias malucas sobre Dostoieviski e o romance policial "Crime e Castigo" que me fez ficar fascinada pela genialidade de dostô.

É... essa parte do "sem luz" é o tal do blackout. Ontem me assustei ao voltar na faculdade no ônibusinho cinza de cada dia nos dai hoje e ver árvores, fios, telhas no chão. Nunca em minha vida eu pude presenciar tantos desastres naturais, primeiro a chuva de gelo, depois uma chuva de vento que deixou a faculdade inundada e a rua do nosso querido beco toda escura. Quando eu cheguei as gatonas já tinham ido todas dormir, depois do susto, velas acesas e a falta da nossa amiga net! Puta merda, e que falta ela nos faz!
Hoje depois de muito barulho e caras horripilantes de desânimo no sofá amarelo, alguém deu a luz e todos comemoraram! Que maravilha poder voltar pro nosso amado blog! o/
Fiquei sabendo que ontem só deu vela acesa e Maria Salinas com medo de transitar pelos corredores. Eu hoje acabei refleltindo que entre tantos assassinos e psicopatas soltos por BH no meio do black out, eu só temia uma coisa: encontrar com o fantasma da ópera naquela escuridão dos diabos. Não ia ser muito mara!

Fantasma da ópera é a contribuição sobre "sacanagem" nesse post. Você, caro e paciente leitor, deve estar se perguntando que porra de fantasma da ópera é esse! Eu explico, é uma espécie de lenda urbana que existe aqui no beco, um fantasma que canta nas manhãs e nas madrugadas,um fantasminha bizarro e inofensivo, de olho gordo. Mas palma palma, não priemos cânico, como bem dizia a Misha: para olho gordo, colírio light! É que quando esse fantasma canta e espanta a todos eu fico pensando sobre como é triste não querer ser luz no mundo, e quando a gente não deixa a luz que tem dentro da gente brilhar, a nossa alma vira um beco escuro onde todos que ousam a transitar por ela se assustam com os fantasmas que a gente custa a enterrar. E sabe? como deve ser triste viver sozinho, isolado, dialogando com seus fantasmas e demônios internos o tempo inteiro, vivendo talvez de mágoas de um passado ruim, ou amarguras de um futuro sem esperanças. Eu particularmente não sei o que seria de mim se eu não tivesse tido boas amizades como essas que acabo de conquistar. Sim! esse tipo de amizade sincera que te deixa ser tudo aquilo que és no íntimo, despido das máscaras. Esse tipo de parceria que pode ser construída nos arredores de um beco ou numa mesa de bar, mas que rola aquela afinidade incrível e você realmente sente que era verdade quando shakespeare dizia que amigos são a família que deus nos permitiu escolher!

E no mais, muita luz e parceria para todos. Sacanagem, só no escurinho do beco!
abraços e apertões em todas essas bochechas lindas ;*

by Nika

18.11.08

Infinito Particular




Pra me apresentar, serei breve...Não queria, mas vou usar aquele veelho clichê : não sei bem o que falar sobre mim pois nem eu mesmo me conheço...
Eu vivo de momentos...e isso me basta!

"só não se perca ao entrar no meu infinito particular"

Obs: desculpe a pressa, mas eu fui ameaçada de exclusão desse blog se não escrevesse nada...
E quando sairem meus resultados de vestibular, eu estarei em peso nesse blog!

By Pops

Eu não sei quem eu sou





-Cena um, ato 2, todas sexta à noite no quarto da Misha
e o beco fervilhando saltos, perfumes, chapinhas, opiniões...




Nika: Gata, me ajuda escolher uma sapato, esse roxo tá bom?
Polly: , vc que sabe. Por mim tá mara!
Nika desce as escadas do beco em aflição =0
Nika: Mishaaaaaaaa me empresta um blusa, socorro
Misha: Como vc quer, preta?
Nika: eu não sei... eu não sei... eu não sei quem eu sou
Nika: Essa coleirinha que eu coloquei tá meio emo?
Pops: é.. eu não gosto, fica uma coisa meio cachorrona *risos*
Nika: Tá? eu também não gostei.... quer dizer, eu gostei mas eu não sei quem eu sou

Mundo moderno, todo mundo faz graduação, escolhe a cor do esmalte, escolhe o tipo de cartão de crédito e eu não sei quem eu sou
Mundo estranho, todo mundo escolhe o namorado, a cor do sapato, sabe tudo sobre a personalidade, sobre sabor do sorvete e eu... simplesmente ainda não sei quem eu sou.
Seria mais fácil se eu fosse uma aborrecentezinha chata de uns 13, debochando de tudo o tempo inteiro, achando que tudo se resolve quando a gente liga o foda-se ou corta o cabelo de um jeito que a tua mãe já não sabe mais se vc é um guri ou uma guria.
Tudo seria mais fácil se eu fosse uma pessoa que simplesmente não se perguntasse 500 vezes antes de escolher se é preto ou é branco, se é de chocolate ou de morango...Queria ter a resposta pra minhas tantas perguntas, queria que elas viessem prontas, automáticas e em bom som, tipo tabuada decorada: Seis vezes oito? quarenta e oito!
Mas é que eu simplesmente não sei quem eu sou...
Tudo seria lindamente plácido se eu sonhasse em me casar de branco, ter dois gatos pretos, ter uma formatura cheia de pompa e trabalhar em alguma coisa que eu soubesse fazer bem, podia ser conversar no sofá ou fazer miojo com queijo, mas desde que eu tivesse a certeza que ia ser feliz pra sempre...
E entre tantas dúvidas as quais me coloco e tantos questionamentos aos quais eu tento em vão responder, o tempo atravessa a rua de súbito, traga meu cigarro e deposita cinza nos meus cabelos... Para onde vai com tanta pressa o tempo?
O mundo bem que poderia parar e eu enfim podia decidir tudo, com um sorriso nos lábios e com algum tipo de certeza não remota no peito.
Mas enquanto eu transito entre mil pólos uma certeza permanece: eu simplesmente ainda não sei quem eu sou...

by Nika

Pré conceito


Pois bem, imagine você acordar, ir para uma caminhada toda empolgada porque já se passou uma semana e você ainda continua com aquela disciplina... Chegando em casa você ouve: "Noooossa, você engordou!" Tchibum! Balde de água fria! Ah, faça me o favor, que pessoa sem noção!
Apesar desse fato não ter acontecido comigo, me serviu prá uma deixa: o pré conceito.
É, ele existe; e foi motivo de uma discussão saudável em frente a uma boate, entre as meninas do beco.
Se querem saber, a única conclusão que tiramos foi que ele apenas surge, como algo automático. Como se eu falasse pra você: não pense em um elefante rosa!
Talvez, se você fosse um elefante rosa, não acharia tão absurda a idéia de ser. E se fosse, acharia o azul, o verde e o amarelo esquisitos...
Eu, particularmente adoraria um elefante arco-íris!
Falta sutileza, falta libertinagem. Por que não podemos apenas ser? Por que sempre tem que haver uma razão? Por que o gordo tem que ter predisposição pra aponsetado? O feio pro desleichado. O homossexual pro doente?
O pré conceito é uma via de mão dupla mal sinalizada. De tempos em tempos acontece um acidente.

By Misha

17.11.08

Palavras pequenas


Hoje eu tive uma discussão com X. Daquelas fortes, sabe? Daquelas que trazem à tona todo um turbilhão de sentimentos que não deveriam de forma alguma estar socados no fundo de alguma parte da nossa alma.

X é uma amiga. Há tempos eu não colocava tanta força nessa palavra: amiga. Há tempos não existia uma pessoa que literalmente me colocava no colo nos meus picos de tristeza ou que soubesse ler meus olhos.

Mas as falhas sempre existem. Meus olhos não foram lidos, nem os dela. Cássia Eller já falava de palavras pequenas, palavras ao vento. Pois bem. Foi uma palavra bem pequena que catalisou a explosão da garota TNT: cu. Parece engraçado, né?

Não foi. Hoje eu percebi o quanto é válido e imprescindível que tomemos cuidado com o que dizemos. Essa é a forma mais fácil de carimbar alguém. De machucar. Engraçado é o fato de que hoje, logo hoje, na aula de Psicanálise o professor comentou algo sobre todos compartilharmos a fantasia de que o que falamos é entendido pelo outro. Ah, é claro que não passa de fantasia, entende?!

No balanço disso tudo, eu não entendi, nem ela. Eu não soube me comunicar, nem ela. As contingências pessoais foram superestimadas. Por quê? Porque o mundo gira em torno do meu umbigo. E o seu mundo gira em torno do seu umbigo.

Esse é um momento em que eu não tenho o privilégio de ser nada. Eu não tenho o privilégio de ser o zero à esquerda. Eu só tenho a dor de ser. De ser sua amiga imperfeita.


by Polly

"Carpe Diem"


Depois de uma noite com "city tour" pelos bares de BH, acabamos parando em um, finalmente.
O que fazem cinco mulheres a noite, sem homens, com intensão de se divertir? Beber, é claro. E falar, falar, falar...
Na verdade, esse domingo tinha que fechar o fim de semana maravilhosamente bem!
Sentada à mesa, pego o cardápio e lá vejo, J**** W****! Fechou com as minhas duas latas de energético (Sim, eu tomo com energético, senão, não desce!) que eu comprei na padaria, entre um bar e outro.
Tive que esconder os energéticos debaixo da mesa porque não era um produto vendido na casa. Mas, foi mais fácil escondê-los dentro de mim. Resultado: o meu eu feliz desabrochou. Não que eu já não seja, vocês do beco sabem. Mas, a realidade é que a gente nunca faz tudo o que quer; ficamos inoculados com a visão do coletivo e esquecemos de ser independentes. A bebida sim, ajuda a sociedade a ficar em silêncio momentâneo; e a gente nem pensa em desvendar os olhares...
Ah! Mas, tanto faz o coletivo pensador! Deixem de lado a ressaca moral e "carpe diem"!

By Misha

16.11.08

Um pouco sobre a Polly!


Também uma menina do interior! Perdida na cidade grande. Sem medo e sem dinheiro.
Olhos marejados, cheios de saudade de um passado fragmentado. Uma lágrima pra cada pessoa que eu deixei. E um sorriso. Vários sorrisos. Um pra cada amor de pessoa que eu encontrei aqui.
Eu sou uma explosão.

By Polly

Beco


Apesar de eu não estar muito inspirada pra escrever, não vou esperar um tempo pra inspiração chegar; vou escrevendo... se não vai passar o batizado, a crisma e o casamento do nosso filho e eu ainda esperando.
Estar entre essas 3 figuras, Nika, Polly e Pops, convivendo com uma variedade de opiniões, é quase viver em um mundo paralelo, tipo, nada além do beco. E isso não importa.
Não existe receita de bolo pra se fazer amizades e postergá-las. Mas um bom ponto de partida é: Marias Salinas serem Marias Salinas. Mesmo sendo tão diferentes, não é por isso que não possamos estar felizes, sorrindo e cantando.Eu? A felicidade tá desenhada na palma da minha mão! Apenas isso.

By Misha

Pra começo de conversa...


Hoje é o primeiro post. Aê!!! o/ Finalmente o nosso blog saiu dos projetos, graças a iniciativa da Polly, que teve um surto de “vamos começar esse blog agora” e desceu as escadas com o notebook na mão, site aberto e tal. Não teve como fugir, foi ali mesmo no sofá amarelo da varanda que nasceu o nosso filho, parido de 4 garotas, moradoras de uma casa numa região do mundo, em um belo horizonte!
Entre algumas perguntas e opiniões e trilhões de “acho que assim fica melhor” veio a etapa crucial. Me deu até coceira quando a Misha me olhou de sobressalto e disse: de quem será o primeiro post?
Eu esperei calada para alguém se manifestar, olhei para todos os rostos que me olhavam desavergonhados e como ninguém se manifestava, eu disse para o alívio geral da nação cariada: eu começo! E sinceramente, amiguinhas, não tenho a mínima idéia de que tipo de coisa deve ser escrita no primeiro post de um blog, mas deve ser algo meio tímido e destrambelhado, como aquelas conversas desconexas que a gente tem quando acaba de conhecer alguém e quer parecer gente boa. Pois bem...antes que eu diga mais bobagens, entrem, se acheguem no sofá amarelo, quero me apresentar:
Bem, pra começo de conversa eu sou a Nika, e não sei dizer de mim... talvez eu seja só a garotinha do interior encantada com as mil possibilidades existentes em uma cidade grande, fascinada com a idéia de liberdade que me dá ao morar num beco de bêbadas, numa estrada cariada...Ou maravilhada com a sensação de independência que sinto ao voltar da faculdade, de guarda-chuvas na mão e pensar “yeah eu sou sozinha no mundo” e nós quatro bem sabemos o quanto isso pode ser bom, ou não...
Mas quero deixar esses posts cheios de divagações para mais adiante! Hoje eu gostaria mesmo era de agradecer ao quarteto que pariu este blog e dizer que é mesmo um prazer imenso poder dividir com essas quatro figuras uma casa, uma época, um fogão, um blog e um mesmo copo quem sabe!
A todos que nos acessarem quero desejar as minhas sinceras boas vindas! Espero que possamos compartilhar histórias aqui. E quem me conhece já deve ter percebido que história não é o que falta nessa minha vida maluca.

Muitas beijocas a todos e welcome to the jungle!

by nika