30.11.08

Sobre Beleza, Lívia e Literatura


“E repetia Dostoiévski loucamente fora de si: a beleza salvará o mundo.”



Ela chega caminhando leve, feito uma mariposa. Não! Uma borboleta das espécies mais raras, olhando fixamente para tudo que transborda sorte ou que pupula caos. Seus cabelos longos de um dourado viçoso e de uma maciez viva e aveludada, cada fio de cetim brilhante, preso ao couro cabeludo e aquele rosto... Ela tem um rosto desconcertante, que faz bem jus a essa palavra. Possuidora de um queixo largo magno, sorriso e olhar divinos. Às vezes ela se coloca lindamente a olhar para nada, com seu jeito gorgônico, firme, petrificando tudo que a rodeia com olhos de ventania e tempestade. Ah aqueles olhos de marfim, fincados em madrepérola castanha têm todas as cores e ímpetos dos deuses do Olimpo e quando ela fita alguém, há magia e há respeito porque ela é uma santidade, uma entidade nos convidando a contemplá-la e a contemplar a nós mesmos. Ora, a beleza é uma mãe, a mãe de todas as criaturas e seus copos vazios de perfeição, rastejando loucos por algo que lhes redima (por alguns segundos que seja) de toda a angústia de existir humano, órfão de deus e de respostas...

Lembro-me bem da Lívia em seu monólogo na apresentação do trabalho sobre Crime e Castigo. Ela explicava sobre a polifonia, e sobre as maravilhas literárias e proezas de Dostô, mas nem precisava... Ela própria era a musa que atormentou e guiou o coração dos poetas. Ela em si era a donzela de Álvares de Azevedo ou a dona da magia que teria partido o coração de Drummond, ela mesma era a dona dos olhos de ressaca que arrastavam uma sala de babacas pasmos para dentro do gozo descomunal que a beleza propicia. Ali, falando tão perfeitamente à nossa frente, ela era a própria personificação da literatura e sua estética, da polifonia e da poesia em nossas vazias vidas estudantis.

O nome dela é Lívia, lívida pálida e dourada. Lívia de livre e ela era assim, toda um arco-íris, pousando lívida em nossos olhos com seu sorriso largo e sua pele morena-pêssego. É a minha colega de graduação no curso de letras da UFMG e eu não pude deixar de vir aqui hoje escrever sobre essa menina-mulher que além da rara e profunda beleza adimiro-a por seus modos bem talhados e por sua inteligência ilimitada, daqueles seres que são resolultos em si mesmos e permanecem ali, na estrada como um rio azul e límpido para ser contemplado pelos viajantes cansados de toda a loucura e tristeza desse mundo.

Hoje o meu post e meu carinho vai você,Lívia, menina deslumbrante...


By nika

6 comentários:

Anônimo disse...

Que honra hein, Lívia?

Lindo post, gata!

By POPS

Marias Salinas disse...

rá!
também vou querer um post seu!

Polly

Livinha disse...

Nossa..

Tô até emocionada.
Que lindo, Valerie!
Brigada de coração
Adoro você, moça! rs


Lívia

Anônimo disse...

eis a musa inspiradora!

tu merece amiga!

;*

(nika)

Jay disse...

Lívia é linda mesmo!
Tem jeito de menina-mulher e ainda inocência nos olhos.

Vc é linda, Nika!

bjus

Pedro disse...

AW!!! As maravilhosas que acolheram a bombona num tem post de homenagem não neh!!!