1.4.11

Mais eu

Neste momento eu estou morta. Uma obra inacabada como a vida. Nunca se sabe o que vem depois dela. Mas se espera que seja melhor. Não sei por que tantas teorias circundam o mundo. As pessoas abraçam teorias como se abraçassem gente. Muitas vezes não concordam com que elas transmitem. Como um abraço falso, vazio, inútil; mas preferem assim, pois desse modo ninguém nota ninguém. É impressionante como muita gente pensa que tem a perfeita noção do que é a felicidade, não a sua, a do outro. O que é pior. Num mundo assim, onde querem que o outro se anule, é o mesmo que convidar para um suicídio em massa. Não. Eu não quero ser como você. Convide outro pra viver o seu mundo, eu já tenho o meu.

Será que vou ter que viver uma justificativa após a outra até o fim da minha vida? Tudo gira em torno dos por quês. Estou cansada de perambular por eles. Não existem respostas pras suas perguntas. Existem fatos, nada mais. Por que preciso sempre ter uma frase pronta, sempre na espera de um afronto, uma negação ou juízo?! Parem de me olhar, deixem-me apenas viver. Estou certa, não me convidem para outra festa. Se carecerem de alguém para olhar, ainda existem os seus reflexos.

Misha

4 comentários:

Anônimo disse...

ácido.

Wendy Loyola Fernandes disse...

sempre que me deixo cair na inércia e me sinto morta é o espaço para eu me meter uma furada ou fazer alguma coisa incríbvel. Já tenho aé este sentimento como um aviso prévio. rs

bjs

nica

Marias Salinas disse...

É como se fosse o desequilíbrio de um passo. Entre o avançar de uma perna e outra existe um vazio buscando o equilíbrio entre pegadas.

Cleonice disse...

Profundo e triste....muito triste.
Vamos levantar este astral?